quarta-feira, 9 de setembro de 2009

''Vou alfabetizar todos eles até o fim do ano''

Atividade
Leitura para a classe O que é: o professor organiza a turma em uma roda e faz a leitura em voz alta de diferentes tipos de texto (contos, poemas, notícias, receitas, cartas etc.). Quando propor: diariamente, tomando o cuidado de trabalhar cada tipo de texto várias vezes, para que a turma se familiarize com ele, e de variar os gêneros, para que o repertório se amplie. O que a criança aprende: esse é o principal canal de acesso ao mundo da escrita, essencial para os filhos de pais analfabetos ou que têm pouco contato em casa com livros, revistas e outros materiais. Na atividade, a criança se familiariza com a linguagem dos livros (onde há histórias que divertem), dos jornais (que trazem notícias), dos manuais (que ensinam a usar um aparelho) etc.Assim, ela aprende que cada um é produzido e apresentado de uma forma diferente e, assim, começa a perceber a diferença entre a língua falada e a escrita.

COMO SE TRABALHA Escolha do material: nesse momento diário de contato com materiais impressos, familiarizar os alunos com vários tipos de texto. Reportagens de jornal, por exemplo, têm a função de informar sobre as notícias da cidade, do Brasil e do mundo. Os folhetos informativos, por sua vez, trazem listas de produtos em oferta nos supermercados. A escolha do texto é coerente com o objetivo de trabalho que ela estabelece para cada dia. Os livros infantis, no entanto, têm lugar de destaque na rotina da professora.. Na hora de determinar o que será lido, ela se pauta pela qualidade literária da obra e não por seu tamanho – livro para crianças pequenas não precisa ser curto. A professora lê os tradicionais contos de fadas,mas também leva para a sala histórias de autores atuais. Organização da turma e apresentação do material: ao propor a formação de uma roda, ela já sinaliza à turma que a atividade tem uma dinâmica diferente, que pressupõe interação e diálogo. Mais próximos uns dos outros, porém, os pequenos podem desviar a atenção com facilidade. Por isso, é essencial garantir que todos se interessem pela leitura antes de iniciá-la. Quando vai ler um livro de histórias, a professora sempre mostra a ilustração da capa e pergunta quem saberia dizer qual é o título.Alguns se arriscam baseados na ilustração.Depois que todos já sabem o nome da obra, ela pede que todos falem de que imaginam tratar o enredo. Leitura do texto: a professora capricha na entonação – principalmente na fala dos personagens – para criar dramaticidade e dar ritmo à leitura. A cada trecho importante, mostra as ilustrações da página para toda a roda. As etapas da trama ganham também comentários pessoais – “que complicação!” –, num momento de dificuldade vivido pelo protagonista, e rápidas recapitulações para chamar a atenção no decorrer da atividade. Mesmo que haja palavras difíceis, ela não faz nenhuma simplificação, pois é só dessa forma que o vocabulário das crianças se amplia. Discussão final: a atividade termina com a professora abrindo espaço para que todos se manifestem sobre o que foi lido. No caso do livro de histórias, quais foram os trechos preferidos? Que partes cada um achou mais engraçadas? Ela sempre pergunta, nesse momento, se alguém tem alguma dúvida sobre o texto e gostaria de apresentá-la aos colegas. Assim, vão aparecendo diferentes impressões sobre a trama. A atividade reproduz o que acontece com os adultos. Quando lemos um livro por prazer, não respondemos a nenhum questionário, mas sempre fazemos comentários com parentes e amigos, seja para indicar a leitura, seja para discutir algo polêmico ou marcante da narrativa.
Em seu planejamento diário – são quatro horas e meia de aula –, ela dedica a maior parte do tempo à alfabetização. No entanto, garante que haja espaço para Matemática ou História e Geografia. Hoje sei dosar melhor o tempo e se não consigo dar conta de alguma delas num dia compenso no outro. O importante é a continuidade.” Nem sempre, no entanto, suas aulas foram tão organizadas e focadas na aprendizagem do aluno. Quando comecei a lecionar, recém-formada em Pedagogia, em meados dos anos 1980, havia uma linha didática predominante na alfabetização, a mesma pela qual ela havia sido ensinada quando criança. O lançamento de A Psicogênese da Língua Escrita, livro de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, inspirava os primeiros trabalhos feitos por pesquisadores brasileiros. A novidade conceitual ainda estava distante das salas de aula e poucos sabiam explicar como de fato as crianças aprendem os degraus pelos quais elas passam durante esse processo (leia o quadro abaixo). A obra revolucionou a percepção sobre a alfabetização ao considerar que o ponto de partida da aprendizagem é a própria criança e permitiu compreender por que a escola conseguia alfabetizar alguns e não outros.

Teoria

HIPÓTESES DE ESCRITA
De acordo com as pesquisas de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, já replicadas no mundo inteiro, as crianças elaboram diferentes hipóteses sobre o funcionamento do sistema de escrita – com quantas letras se escreve uma palavra, quais são elas e em que ordem elas aparecem. Na fase em que o aluno adota simplesmente o critério de que, para escrever, é preciso uma quantidade de letras (no mínimo três) diferentes entre si, a hipótese é considerada pré-silábica. Quando passa a registrar uma letra para cada emissão sonora, ela está no nível silábico – inicialmente sem valor sonoro e depois com a correspondência sonora nas vogais e/ou nas consoantes.
Na hipótese silábico-alfabética, as escritas incluem sílabas representadas com uma única letra e outras com mais de uma letra. E, finalmente, quando começa a representar cada fonema com uma letra, considera-se que ele compreende o princípio alfabético de nossa escrita. No entanto, mesmo nessa fase, os alunos ainda apresentam erros de ortografia. Veja como poderia ser a escrita da palavra camiseta de acordo com cada hipótese:
■ Pré-silábica: P B V A Y O ■
Silábica sem valor sonoro: E R F E ■
Silábica com valor sonoro: K I Z T
■ Silábico-alfabética: K A I Z T A ■
Alfabética: C A M I Z E T A
Nesse último exemplo, temos o que já seria considerada uma escrita alfabética, mas ainda com um erro ortográfico, que precisa ser trabalhado pela professora.

Hoje é amplamente sabido que o que mais pesava era o contato com a escrita no cotidiano. E, se o aluno tem pouco contato, a aprendizagem fica prejudicada. Os reflexos dessa situação são sentidos no país. Dados do 5º Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), realizado pelo Instituto Paulo Montenegro em 2005, mostram que 74% dos brasileiros adultos não conseguem ler textos longos, relacionar informações e comparar diferentes materiais escritos. Mesmo entre os que concluíram o Ensino Médio, 43% não possuem essas habilidades. É a prova de que a escola apenas perpetua essa exclusão, pois não está ensinando a utilizar a leitura e a escrita para dar conta das demandas sociais e para continuar aprendendo ao longo da vida – como o Inaf define o que seja uma pessoa alfabetizada. Nos anos 1980 para a massa de professores brasileiros –, o conhecimento sobre a escrita deveria se dar em etapas: primeiro aprendiam- se as letras, depois as sílabas e as palavras e só então vinha o trabalho com textos. “Hoje sabe-se que as crianças constroem simultaneamente conhecimentos sobre o sistema de escrita e sobre a linguagem que se escreve, seus usos e funções”, afirma Telma Weisz, supervisora do programa Letra e Vida, da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo. As pesquisas iniciadas por Emilia Ferreiro e comprovadas por diversos outros estudiosos transformaram a compreensão do que é a escrita: em vez de um código a ser assimilado, é um sistema de representação que cada um reconstrói até estar plenamente alfabetizado. Dentro dessa concepção, cabe ao professor diagnosticar em que nível está cada aluno (leia o quadro) para planejar as aulas e ajudar todos a avançar sempre mais. “O que me incomodava naquela época era insistir com os alunos no ponto que eles não compreendiam e não saber contornar a situação com outra abordagem”, . Ainda hoje, muitos professores sofrem ao perceber que alguns estudantes vão ficando para trás e se sentem impotentes para ajudá-los ou, em alguns casos extremos, simplesmente desistem dessas crianças como se elas fossem incapazes de aprender.

Teoria

O VALOR DO DIAGNÓSTICO
Conhecer o nível em que está a turma é essencial durante a alfabetização – e no decorrer de toda a escolaridade. Percebendo os avanços e as dificuldades dos pequenos, você consegue planejar uma boa aula e propor atividades adequadas para levar cada um a se desenvolver ainda mais e chegar ao fim do ano lendo e escrevendo. Essa avaliação deve ser feita logo no início do ano e repetida no mínimo uma vez por bimestre. Para realizá-la adequadamente, é preciso escolher como atividade algo que seja feito regularmente, como as listas – de frutas, cores, animais etc. “O professor deve, primeiro, avisar a turma sobre o tema da lista e depois ditar as palavras, sem marcar as sílabas”, explica a formadora Beatriz Gouveia. Como os alunos já conhecem o tema que deve ser posto no papel, os alunos podem pensar mais em como escrever (quantas e quais letras usar, por exemplo). O Módulo 1 do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), do MEC, traz uma sugestão: ditar uma lista de quatro palavras (uma polissílaba, uma trissílaba, uma dissílaba e uma monossílaba). É preciso tomar o cuidado para que as sílabas próximas contenham vogais diferentes. Isso porque a maioria das crianças que começa a se familiarizar com o sistema de escrita inicia os registros apenas com vogais e acredita que é necessário usar letras diferentes para escrever. Portanto, se você ditar “arara”, muitos poderiam querer escrever A A A e achar que isso não faz sentido. Como elas acham ainda que as palavras devem ter um número mínimo de letras – por volta de três –, se você ditar só monossílabos elas também podem se recusar a escrever. Veja aqui dois exemplos possíveis: itens para um lanche coletivo (refrigerante, manteiga, queijo, pão) e bichos vistos no zoológico (rinoceronte, camelo, zebra, boi). Com essas palavras, você provoca o estudante a refletir sobre a forma de representação. Terminado o ditado, peça que cada um leia o que escreveu. “Essa leitura é tão ou mais importante do que a própria escrita, pois é ela que permite ao professor verificar se o aluno estabelece algum tipo de correspondência entre partes do falado e partes do escrito”, aponta o Profa. Para finalizar, registre tudo. Com esse material, fica mais fácil planejar atividades que façam os alunos avançar, acompanhar a evolução de cada um e montar os agrupamentos produtivos. É preciso lembrar também que, no dia-a-dia, mesmo sem essa sondagem, é possível verificar como a turma está se saindo individual e coletivamente.
Desde que teve a oportunidade de fazer uma formação em alfabetização, em 2003, a professora mudou a forma de ensinar. Além de aprenderem o sistema de escrita, seus alunos participam de diversas atividades de leitura e produção de texto mesmo sem terem aprendido isso formalmente. Como? Eles “leem” a letra de uma música que sabem de cor, ajustando a fala ao que está escrito (leia o quadro). Ao propor atividades como essa, insere-se a garotada no universo da escrita.

Atividade

Ler para aprender a ler O que é: a confrontação da criança com listas (de nomes, frutas, brinquedos etc.) e textos que ela conhece de cor – como cantigas, parlendas e trava-línguas –, propondo que neles ela encontre palavras ou “leia” trechos (antes mesmo de estar alfabetizada). Quando propor: em dias alternados com as atividades de escrita (leia o quadro na página 41). A atividade deve ser realizada só com alunos não alfabéticos. Para os alfabetizados, é aconselhável propor outras tarefas de leitura, já que eles conseguem ler com autonomia. O que a criança aprende: acompanhando o texto com o dedo enquanto recita os versos, o aluno busca meios de “descobrir” as palavras fazendo o ajuste do falado para o escrito. Isso acontece porque ele já sabe “o que” está escrito (condição para a realização da atividade) e precisa pensar somente no “onde”. Ele reconhece as primeiras letras e partes de palavras conhecidas ou identifica as que se repetem. Para isso, ele se vale de estratégias de leitura, como a antecipação. No caso das listas, ele prevê qual será determinada palavra por já conhecer o tema em questão – frutas, cores – e, no caso dos textos memorizados, por já saber o que está escrito. Outra estratégia é a verificação, que consiste na identificação de uma letra conhecida que esteja no começo ou no fim da palavra e que confirme a antecipação feita. COMO SE TRABALHA Escolha do texto: utilizar listas conhecidas pelos pequenos – como a de nomes da turma, que fica exposta na parede – e textos memorizados, como parlendas e canções. É condição didática dessa atividade saber o que está escrito para descobrir onde está escrito. Proposta de leitura: individualmente ou em duplas, a professora pede que os alunos encontrem certas palavras em uma lista. Quando trabalha com a letra de uma canção, por exemplo, ela pede que todos leiam um verso para achar determinada palavra. Intervenção da professora: durante a tarefa, ela roda pela classe para acompanhar como cada um ou cada dupla está se saindo e pede que uma criança encontre determinado termo no texto. “Onde está escrito ‘nariz’?”, questiona sobre o poema A Foca,de Vinicius de Moraes. A criança mostra a palavra correta, mas a professora pede uma justificativa. “Começa com N”, é a resposta.As perguntas são feitas a diversos alunos. Depois, ela convida um a um a ler o cartaz com o poema. Novamente, intervém em dificuldades específicas. Dessa forma, a professora provoca a reflexão e faz a turma avançar.
Ela compartilha sua rotina com os colegas nas duas semanais de trabalho pedagógico coletivo, em que a equipe aproveita para estudar o tema. Trocar idéias sobre a prática é extremamente rico para qualquer professor. A mesma oportunidade proporcionada aos estudantes, que podem contar com a ajuda dos colegas de classe, trabalhando muitas vezes em duplas. A professora se vale com freqüência da estratégia, que só é produtiva porque ela aprendeu a diagnosticar as hipóteses sobre a escrita que cada um tem e junta alunos que estão em níveis próximos, fazendo dessa interação um importante instrumento de aprendizagem (leia mais no quadro).

Teoria

AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS Para toda criança, confrontar suas idéias com as dos colegas e oferecer e receber informações é essencial. Essa troca, que leva ao avanço na aprendizagem, precisa ser bem planejada. É essencial conhecer quanto os alunos já sabem sobre o desafio que será proposto, já que a organização da turma não pode ser aleatória. “Se o objetivo é que eles decidam conjuntamente sobre a escrita de um texto, é importante juntar os que apresentam níveis diferentes, mas próximos entre si, para que haja uma verdadeira troca”, afirma Beatriz Gouveia. Quando se reúnem crianças de níveis muito diferentes, acaba-se reproduzindo a situação escolar de “alguém que ‘sabe’ mais que os demais, obrigando os outros a uma atitude passiva de recepção”, como explica Ana Teberosky no livro Os Processos de Leitura e Escrita. Assim, numa situação de escrita, é possível organizar duplas com crianças de níveis diferentes, porém próximos, como as mostradas a seguir:
■ As de hipótese pré-silábica com as de hipótese silábica sem valor sonoro.
■ As de hipótese silábica sem valor com as de hipótese silábica com valor.
■ As de hipótese silábica com valor com as de hipótese silábico-alfabética. ■
Os já alfabéticos trabalham entre si. Há os casos em que toda a turma pode atuar na mesma atividade, como a produção de texto oral com destino escrito, quando os alunos ditam para o professor ou a leitura pelo professor e posterior discussão pela classe. O sucesso no trabalho com agrupamentos produtivos depende do tipo de tarefa: ela deve ser sempre desafiadora para que a turma use tudo o que sabe na sua resolução e, assim, possa evoluir. Atuar em duplas pressupõe também que as crianças já conheçam o conteúdo para fazer alguns progressos sem a intervenção direta e constante do professor (mesmo porque é impossível acompanhar todos, o tempo todo, em suas carteiras). Lembre: se os grupos têm níveis diferentes, você deve levar isso em conta também na hora de fazer suas intervenções para que eles estabeleçam novas relações. Isso vale para as perguntas que você fizer e também para as informações que der.

“É importante que o professor atue nessas tarefas como um mediador, observando e intervindo de acordo com as necessidades de cada aluno”, afirma Francisca Izabel Pereira Maciel, diretora do Centro de Alfabetização. Leitura e Escrita (Ceale), da Universidade Federal de Minas Gerais. Quando a garotada vai escrever uma cantiga já memorizada (como a da atividade mostrada no quadro), por exemplo, o ideal é fazer intervenções específicas para que haja reflexão sobre as letras e palavras a usar.

Atividade

Escrever para aprender a escrever O que é: a escrita de textos memorizados – como cantigas, parlendas, trava -línguas e quadrinhas – ou de listas (de nomes, frutas, brinquedos etc.) que podem ser escritos com lápis e papel ou com letras móveis. Quando propor: em dias alternados com as atividades de leitura para reflexão sobre o sistema de escrita (leia o quadro na página 38). A atividade deve ser realizada com alunos não alfabéticos.
Para os alfabetizados, é aconselhável propor um trabalho sobre ortografia ou pontuação, uma vez que eles já sabem escrever. O que a criança aprende: concentrada apenas no sistema de escrita – pois o conteúdo ela já sabe de cor –, a criança pode se voltar apenas ao “como escrever”, pensando em quantas e quais letras usar. Ela se esforça para encontrar formas de representar graficamente o que necessita redigir, avançando no processo de alfabetização.
COMO TRABALHAR Organização da turma: a produção escrita é uma atividade em que a formação de agrupamentos produtivos tem ótimo resultado. A professora junta crianças com níveis próximos.Argumentando com o colega e trocando idéias, a criança não só consegue organizar sua concepção sobre a escrita como também repensá-la. Desenvolvimento da atividade: em uma das aulas do mês de junho, a professora sugere que a turma escrevesse a letra da música Cai, Cai, Balão, já memorizada por todos. O desafio era escolher letras e formar as palavras necessárias para compor o texto com a ajuda do parceiro. Ao ver o colega começar o primeiro verso com A – quando deveria ser escrita a palavra “cai” –, uma menina sinalizou que não era essa a letra.“Coloca o C de cai!”, disse ela, encontrando certa desconfiança do parceiro. A professora interveio, pedindo que o aluno comparasse a palavra “cai” com um dos nomes da turma – Carina. “O começo das duas palavras não é parecido?”, perguntou. Dessa forma, os dois concordaram, escreveram a palavra e passaram adiante na tarefa. Confirmar o que está escrito: uma última etapa é fundamental nessa atividade: a professora pede que os alunos leiam o que acabaram de produzir. Assim, há espaço para problematizar a diferença entre o que se lê e o que se escreve. Ela passa ao menos uma vez pelas carteiras no decorrer do trabalho. Ao perguntar a uma dupla o que já tinha escrito, soube que os três primeiros versos estavam ali representados.“E onde está escrito mão?”, indagou. Os dois se entreolharam. Um deles mostrou: “NU”. “Com que letra começa ‘mão’?”, pergunta “Com M!”, respondeu o outro aluno. “Não está faltando letra nesse verso, então?”, questionou ela, liberando os dois para discutir os próximos passos. Permitindo que os alunos trabalhem em dupla, ela deixa de ser a única informante válida na classe e ganha mobilidade para dar atenção a quem precisa de mais ajuda.

Para os alfabéticos – que vão se tornando mais numerosos com o passar do ano –, essa atividade tem outro objetivo, já que eles sabem escrever. Trabalhando entre si, eles devem melhorar a ortografia e a segmentação – é comum escreverem as palavras corretamente, mas juntando umas às outras. Quando passa nesses grupos para acompanhar o andamento da tarefa e vê que há erros ortográficos, convida os estudantes a consultar o dicionário.Assim, ela não corrige, mas ensina a buscar a grafia correta. Momentos de leitura e escrita individuais também fazem parte do planejamento porque é necessário que cada aluno tenha espaço para desenvolver as próprias idéias. Isso acontece, por exemplo, no cantinho de leitura, que a turma freqüenta diariamente, nos intervalos entre as atividades ou nos momentos especialmente destinados a isso. É nesse espaço que ficam reunidos materiais como livros, jornais, folhetos de propaganda e enciclopédias. “Ofereço uma diversidade de textos à qual eles dificilmente teriam acesso”, . Toda semana, as crianças podem escolher uma obra e levá-la para casa com a recomendação de ler com os familiares. A importância desse momento é enfatizada nas reuniões de pais, os incentiva também a acompanhar o progresso dos filhos pelos cadernos. “Digo que as crianças vão sentir que o empenho em aprender está sendo reconhecido.”

Teoria

ACESSO À DIVERSIDADE DE TEXTOS Para grande parte das crianças brasileiras, a escola representa o único meio de contato com o universo da escrita. Assim, cabe a você garantir a elas o acesso à maior diversidade possível de textos – literatura, reportagens, manuais de instruções, anúncios publicitários etc. Mais do que isso, é necessário apresentá-los no contexto em que são utilizados. Só assim os estudantes saberão como lidar de maneira adequada com cada um deles no dia-a-dia. “A criança deve saber que, socialmente, textos literários costumam ser lidos por prazer, diferentemente de um manual de montagem de um produto, que tem o objetivo prático de fazê-lo funcionar corretamente”, afirma Beatriz Gouveia. Nas aulas, é necessário mostrar que um livro de literatura se lê passando página por página e olhando as ilustrações até chegar ao fim e que um dicionário – que também tem a forma de um livro – é útil para verificar a grafia das palavras. Já o jornal pode ser consultado, por exemplo, quando se quer ler uma notícia. Até mesmo o rótulo de um produto pressupõe comportamentos leitores específicos: ali podem ser buscados os ingredientes e o valor nutricional. Sua tarefa é formar pessoas que tenham familiaridade com a leitura e seus propósitos, ou seja, que compreendam o que lêem e enxerguem nela uma maneira de se informar e se desenvolver pessoalmente
No dia em que a garotada traz os livros de volta para a classe, ela organiza uma roda de conversa e até quem ainda não está alfabetizado conta a história para os colegas, como se estivesse lendo. “A criança que lê sem estar alfabética não está brincando de faz-deconta. Ela está se apoiando na experiência do professor e no conhecimento da postura de quem lê”, explica Francisca Maciel. Ou seja, imita um gesto porque já sabe que ele faz sentido e é parte do aprendizado. Desenvolver esse comportamento leitor só é possível com atividades diárias.Ninguém vai saber como são escritas (e como se leem) uma notícia de jornal ou uma receita de bolo se nunca tiver ouvido uma antes. Por isso, mesmo quem não sabe escrever convencionalmente é capaz de ditar um conto de fadas
A prática de tantas atividades, aliada à atenção constante ao desempenho de cada um, tem feito os alunos avançar.

domingo, 30 de agosto de 2009

TRANSTORNO DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE


DESATENÇÃO
Para poder falar de desatenção , seis ou mais dos seguintes sintomas devem haver persistido durante pelo menos seis meses:* Fracassa com frequência em prestar atenção aos detalhes ou comete erros por descuido numa tarefa escolar, no trabalho ou outras atividades.*
Frequentemente tem dificuldade para manter a atenção nas tarefas ou no desenvolvimentos de atividades lúdicas.* Com frequência não parece escutar o que está sendo dito a ela.* Frequentemente não cumpre instruções e fracassa ao realizar suas tarefas.* Muitas vezes evita ou desagradam-lhe muito as tarefas escolares ou domésticas que exigem esforço mental continuado.* Com frequência perde coisas necessárias para tarefas e atividades.* Frequentemente se distrai com estímulos irrelevantes.* Muitas vezes é esquecidoe/ou descuidado nas suas atividades diárias.
HIPERATIVIDADE*
Levanta-se da cadeira na sala de aula ou em outras ocasiões nas quais se espera que permaneça sentada.* Com frequência corre ou ecala excessivamente em situações inapropriadas.Frequentemente tem dificuldade para brincar ou conectar-se com tranquilidade em atividades recreativas.* Muitas veses " está em movimento" ou costuma agir como se tivesse um motor.* Fala excessivamente
.IMPULSIVIDADE*
Com frequência respone abruptamente a perguntas antes de escutá-las de forma completa.* Tem dificuldade para esperar em fila ou aguardar sua vez em jogos ou situações grupais.* Frequentemente interrompe ou se intromete nas atividades dos outros.
Fonte: Livro - Dificuldades de Aprendizagem/ Editora Grupo Cultural

sábado, 29 de agosto de 2009

DEZESSEIS PASSOS PARA A CONSTRUÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO

Dezesseis passos para a Construção do Projeto Pedagógico
Matéria publicada no site da UDEMO - Sindicato de Especialistas em Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo, de autoria de Luiz Gonzaga de Oliveira Pinto - Revista Pedagógica - Elaborando o Projeto Pedagógico
1 - Para construir o Projeto Pedagógico é preciso que direção, professores, funcionários, alunos e pais saibam o que ele significa. Para as escolas que ainda têm dúvidas na elaboração do seu Projeto Pedagógico, ressaltamos que a leitura e discussão desse artigo pelos professores, no primeiro dia de planejamento, contribuirá para a compreensão do tema.
2 - O Projeto Pedagógico é a intenção de a escola e seus profissionais realizarem um trabalho de qualidade. Ele será o resultado de reflexões e questionamentos de seus profissionais sobre o que é a escola hoje e o que poderá a vir a ser.Visa, pois, a inovar a prática pedagógica da escola e elevar a qualidade do ensino.
3 - O Projeto Pedagógico não começa de uma só vez, e não nasce pronto. Não é obra exclusiva do diretor, ou do professor coordenador, mas sim de um grupo que engloba, no início, coordenação, direção e corpo docente. Com o tempo, incluirá todo o coletivo escolar.
4 - Durante a construção do Projeto Pedagógico, os educadores explicitam seus propósitos, apontam metas e objetivos comuns, vislumbrando caminhos para melhorar a atuação da escola. O Projeto Pedagógico confere identidade à escola como uma instituição que tem personalidade própria, por refletir o pensamento do seu coletivo.
5 - Na construção do Projeto Pedagógico, a escola deve levar em consideração as práticas e necessidades da comunidade escolar, as diretrizes nacionais, e as normas, regulamentos e orientações curriculares e metodológicas do seu sistema. No nosso caso, esse sistema é o estadual.
6 - O Projeto Pedagógico é, ao mesmo tempo, um dever e um direito da escola. Deve ser um instrumento democrático, abrangente e duradouro.
7 - Os princípios, nos quais se baseia o Projeto Pedagógico, são: garantia do acesso e permanência, com sucesso, do aluno na escola; gestão democrática; valorização dos profissionais da educação; qualidade do ensino;organização e integração curricular; integração escola/família/comunidade; autonomia.Esses princípios estão todos interligados: alunos de escolas que contam com a participação dos pais apresentam melhor rendimento e menor taxa de evasão. Escolas que se articulam com a comunidade geralmente oferecem uma educação de melhor qualidade aos seus alunos.
A integração escola/comunidade, por sua vez, será sempre decorrência de uma gestão democrática, ou seja, a abertura e o incentivo, proporcionados pela direção, para a participação dos vários segmentos da comunidade na vida escolar.
Na medida em que a escola se democratiza, coloca em discussão com a sua comunidade o que vem realizando. Disso resulta uma certa autonomia, principalmente para as ações pedagógicas. Todavia, autonomia não é sinônimo de soberania, uma vez que a unidade escolar pertence, e se vincula, a um determinado sistema.
8 - Há três fases bem definidas na construção do Projeto Pedagógico:1ª fase - Diagnóstico: Como é a nossa escola? Nessa fase, vamos levantar informações sobre o trabalho que a escola vem realizando, ou seja, a sua prática pedagógica. A comunidade escolar vai analisar e debater esses dados, sugerindo medidas para as eventuais alterações.O que fazer?
Nesta fase, a escola coletará dados sobre sua realidade, e irá analisá-los, do ponto de vista qualitativo e quantitativo: tanto os que significam dificuldades, quanto os que representam sucesso.Como fazer?
A partir do trabalho que a escola vem realizando, seus membros farão uma série de questionamentos, entre os quais:
- Como é o contexto sócio-político-econômico da escola?
- Qual tem sido a função da nossa escola?
- Como tem sido a participação dos pais na vida da escola?
- Que resultados a nossa escola está apresentando para a sociedade?
- Como nossa escola tem considerado os alunos, na relação ensino-aprendizagem?Na fase do diagnóstico, a escola identificará os recursos humanos e financeiros disponíveis. É preciso saber como a escola funciona, como o processo pedagógico é acompanhado e avaliado.
Muitas vezes, a escola está fragilizada por culpa de uma gestão inadequada; outras vezes, por falta de recursos; outras, ainda, por falta ou despreparo de seus profissionais.
Na medida em que vamos coletando informações, para conhecermos nossos problemas, vamos também encontrando soluções para eles.Ao se conhecer as pessoas e o funcionamento da escola, começa-se a observar que há em cada segmento da comunidade escolar (professores, funcionários, alunos, pais) o desejo de mudar alguma coisa, visando melhorar o desempenho da escola. Os serventes gostariam que ela fosse mais limpa; os funcionários da secretaria, que a documentação estivesse em melhor ordem; os professores, que houvesse mais disciplina e melhor organização, facilitando seu trabalho em sala de aula. Como todos desejam alguma coisa, falta apenas articular esses desejos, com o fim de construir-se uma proposta capaz de mudar os rumos da escola.
O diagnóstico da escola será feito, considerando-se os seus aspectos pedagógicos, administrativos, financeiros e jurídicos.No aspecto pedagógico, deverão ser analisados: proposta pedagógica (objetivos e conteúdos, metodologias de ensino e processos de avaliação); faixas etárias, posição social, necessidades e valores dos alunos; dados sobre repetência e evasão; relação idade/série; estratégias para recuperação dos alunos com menor ou baixo rendimento escolar; valorização dos profissionais da educação.
No aspecto administrativo, recursos materiais e humanos; composição das equipes; nível de organização da escola; qualificação e atualização dos professores.
No aspecto financeiro, recursos disponíveis; necessidades e carências; formas de aplicação das verbas, tendo-se como prioridade o processo ensino-aprendizagem.
No aspecto jurídico, a relação que a escola mantém com a sociedade e com as várias instâncias do seu sistema de ensino; a sua autonomia, dentro dos princípios da legalidade, e com responsabilidade.
As estratégias para esse diagnóstico irão variar, de acordo com a realidade de cada escola. Sugere-se: análise da evolução das matrículas; índices de aprovação, reprovação e evasão; situação sócio-econômica das famílias; análise e interpretação de avaliações externas- SARESP, SAEB, ENEM-; análise de estudos sobre a situação da educação básica; ciclos de debates com a comunidade, destacando-se a realidade de cada escola.2ª Fase - Que identidade a escola quer construir ?Não basta apenas a escola realizar seu diagnóstico. Após avaliar-se, ela precisa buscar uma fundamentação que oriente a ação conjunta dos seus segmentos. A prática precisa estar sustentada em uma teoria.O que fazer?
Nessa fase, será fundamental levantar as concepções que o coletivo tem do trabalho pedagógico, visando propor inovações no cotidiano escolar. É preciso conhecer o que cada segmento pensa a respeito da educação, a fim de estabelecer uma linha de ação que o coletivo considere prioritária para o trabalho escolar.Como fazer?Fazer sempre através do questionamento de todos a respeito de suas concepções: Que tipo de sociedade nossa escola quer? Que cidadão nossa escola deseja formar? O que entendemos por educação? Que escola pretendemos construir? Como concebemos a gestão escolar? Qual é a nossa compreensão de currículo? Qual será a missão da nossa escola? Qual é a visão da nossa escola sobre avaliação? Como nossa escola encara a questão metodológica? Que tipo de relação nossa escola quer manter com a comunidade local? Que tipo de profissional temos e qual queremos? De que profissionais precisamos?Das respostas a essas questões resultará um posicionamento político- pedagógico, o que levará a uma definição das concepções e ações a serem compartilhadas pelos seus autores. Portanto, a identidade, a "cara" da escola, resultará dessas concepções, o que, de alguma forma, unificará o trabalho do coletivo.3ª fase- Como executar as ações definidas pelo coletivo?
Uma vez estabelecidas as concepções do coletivo, é preciso definir:- as prioridades da escola;- as ações que a escola irá desenvolver;- as pessoas que irão realizá-las.É nessa fase que a escola irá definir a maneira pela qual superará os desafios do seu cotidiano, discutindo e aproveitando as propostas apresentadas pelos participantes. É necessário identificar os segmentos que vão realizar as ações que representam o desejo do coletivo.
Muitas dessas ações, de cunho pedagógico, serão realizadas, evidentemente, pela direção, coordenação e corpo docente.Outra questão importante nesta fase é saber se as soluções apontadas são criativas, realistas, e se serão capazes de superar as dificuldades identificadas pelo coletivo.A necessidade de avaliação permanente
A constante avaliação do Projeto Pedagógico é a garantia do seu sucesso.É essa avaliação que vai identificar os rumos que a escola vem tomando. Considerando as diversas funções da avaliação, seria interessante responder às seguintes indagações: Em que medida os desafios foram atendidos, no Projeto Pedagógico? Quais os novos desafios que estão surgindo no percurso? As ações propostas foram desenvolvidas? Quais são os seus efeitos?Também será importante definir formas claras de acompanhamento e avaliação das ações, assim como os segmentos que ficarão responsáveis por elas. O acompanhamento do Projeto Pedagógico deverá ter por base os dados obtidos, possibilitando à escola a análise dos resultados de seus esforços, fazendo com que eventuais problemas possam ser resolvidos, enquanto ainda é tempo de resolvê-los.Assim, as três perguntas que guiaram toda a discussão: Como é a nossa escola? Que identidade nossa escola quer construir? Como executar as ações definidas pelo coletivo? - são orientadoras do Projeto Pedagógico e devem ser objeto do processo de avaliação.
9 - Articulação do Projeto com a prática pedagógica
Até o momento, os colegas observaram que o coletivo mergulhou numa série de questionamentos, com vistas à mudança de rumos na unidade escolar. Agora, esses questionamentos servirão de base para a organização pedagógica da escola.A escola pública necessita de uma gestão que, partindo da construção do Projeto Pedagógico, crie condições para que ela possa alcançar sua finalidade, concretizando sua função social: promoção da cidadania, o desenvolvimento pleno e o sucesso dos alunos.
Para que isso seja possível, a escola necessita de um Planejamento, onde organizará seu trabalho e sua prática pedagógica, de modo que as ações implementadas se articulem, promovendo uma educação de qualidade, conforme o proposto, pelo coletivo, no Projeto Pedagógico.
10- Revendo o cotidiano escolar
Ao tempo em que não se falava da construção do Projeto Pedagógico, o Planejamento caracterizava-se por uma atividade quase burocrática: a elaboração dos programas que cada professor iria desenvolver ao longo do ano.A partir do momento em que as escolas voltaram-se para a construção do Projeto Pedagógico, o Planejamento passou a incluir uma profunda reflexão na montagem dos conteúdos programáticos.Assim, é preciso termos clareza de que a relação entre o Projeto Pedagógico e o Planejamento é bem próxima, embora tenham eles significados distintos:- O Projeto Pedagógico busca a construção da identidade da escola; estabelece seu direcionamento; almeja o comprometimento da comunidade escolar com uma visão comum e compartilhada de educação. É, portanto, o norteador de todas as práticas da escola;- O Planejamento é o processo de uma ação organizada que pretende transformar a escola. Ele tem diferentes abordagens em diferentes partes do país. No sistema escolar público do Estado de São Paulo, recebe a denominação de Plano de Gestão.
11- A função social da escola pública
Para que a gestão do trabalho na escola pública ocorra de forma organizada, é necessário ter-se clareza da sua função social, da sua missão, dos objetivos estratégicos que precisam ser desenvolvidos a fim de que os planos de ação assegurem o sucesso da escola. Algumas definições:Missão define o que a escola é hoje, seu propósito, e como se pretende atuar no seu dia-a-dia. Sintetiza a identidade da escola, sua função social orientando a tomada de decisões e garantindo a unidade e o comprometimento de todos na ação pedagógica. Assim, nossa escola tem por MISSÃO: um ensino de qualidade, garantindo o acesso e permanência dos alunos, formando cidadãos críticos e participantes, capazes de agir para transformar a sociedade.Objetivos Estratégicos São situações que a escola pretende atingir num certo prazo. Indicam áreas nas quais a escola concentrará suas preocupações. Refletem as suas prioridades. Representam a escola que temos e definem a escola que queremos construir: melhorando e fortalecendo o relacionamento escola/comunidade; diminuindo o índice geral de reprovação e evasão; promovendo a qualificação dos professores e funcionários; incentivando a convivência democrática na escola.A partir da MISSÃO e dos OBJETIVOS ESTRATÉGICOS, definidos pela comunidade escolar, é preciso elaborar o Plano de Ação.Plano de Ação
PLANO DE AÇÃO é o documento que apresenta a forma de operacionalização e de implementação de todas as ações planejadas. Deve conter, no mínimo, as METAS OU OBJETIVOS ESPECÍFICOS, a justificativa, as ações ou estratégias de ações, os responsáveis pela implementação das ações, o período em que elas vão acontecer e os recursos materiais e humanos necessários para a execução dessas ações ou estratégias.METAS ou OBJETIVOS - Justificativa das Ações - Estratégias - Responsáveis - Período - RecursosO que fazer?Por que fazer?Como fazer?Quem vai fazer?Quando?Com que fazer?O QUE SÃO METAS?METAS explicitam os resultados que a escola espera obter após a implementação das AÇÕES. Podem ser mensuradas; podem ser vinculadas a um determinado período de tempo. Por exemplo, aumentar em 20%, até o fim do ano, o índice de aprovação dos alunos da 5ª série.Pode haver mais de uma META para alcançar um OBJETIVO ESTRATÉGICO. Exemplo: OBJETIVO ESTRATÉGICO= fortalecer a participação dos pais na escola. META 1 - promover pelo menos duas atividades esportivas com os pais das oitavas séries; META 2- desenvolver pelo menos uma ação pedagógica com pais das primeiras séries do ensino fundamental.
12 - O envolvimento de todosA construção e a implementação dos planos de ação devem ser compartilhadas por todos os segmentos da escola. Nem todos farão tudo, mas é importante que todos tenham acesso às informações sobre o planejamento e o acompanhamento das ações, evitando-se que alguns pensem e outros façam, sem saber por que o fazem.
13 - Características organizacionais que favorecem o sucesso da escola
14 - Relação do Projeto Pedagógico com o Regimento EscolarAs escolas trabalham com grupos heterogêneos.
Muitas vezes, a convivência entre os participantes fica comprometida, em decorrência de uma série de mal-entendidos. Por isso, é necessário que as normas sejam muito bem definidas, pelo coletivo. A materialização dessas normas será o Regimento Escolar,cujas diretrizes encontram-se no Projeto Pedagógico.O cotidiano escolar apresenta, às vezes, situações conflitantes, que se repetem, e que demandam decisões rápidas.
O Regimento Escolar é o instrumento que permite à equipe gestora tomar essas decisões, com base nos princípios e normas estabelecidas pelo grupo.
Para que o Regimento favoreça essas ações, é necessário que, na elaboração do PP, os problemas do cotidiano sejam abordados. Por exemplo, na questão da disciplina, o Regimento estabelece os direitos e os deveres de todos os segmentos. No entanto, na maioria das vezes, as penalidades são aplicadas apenas aos alunos. O aluno que chega atrasado é punido, o que nem sempre acontece com um professor na mesma situação.
15- Relação do Projeto com a prática pedagógica
A prática pedagógica remete-nos à elaboração do currículo, ao conhecimento selecionado e organizado socialmente, peças fundamentais no processo de aprendizagem. .Por isso, é preciso responder às seguintes perguntas: - Para quem são selecionados os conteúdos ?- A quem interessam os conteúdos selecionados?- Por que alguns conteúdos são selecionados, e outros, não?- Quem seleciona esses conteúdos?
16- Concluindo:
A construção do Projeto Pedagógico é um processo que compreende três momentos distintos e interligados:- Diagnóstico da realidade da escola;
- Identidade da escola, decorrente do levantamento das concepções do coletivo;
- Programação das ações a serem desenvolvidas pelo coletivo.Todos esses momentos passam por um processo de avaliação, o que permite ao grupo caminhar do real para o ideal, desenvolvendo as ações possíveis e pertinentes.
Nossa pergunta inicial, "por que construir coletivamente o Projeto Pedagógico?", sempre terá que ser feita, para que as ações não se tornem um mero cumprimento de tarefas.

Música de Vinícius de Moraes _ A Casa

VINÍCIUS DE MORAES
LETRA DA MÚSICA : A CASA
Era uma casaMuito engraçada
Não tinha tetoNão tinha nada
Ninguém podiaEntrar nela não
Porque na casaNão tinha chão
Ninguém podiaDormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podiaFazer pipi
Porque penicoNão tinha ali
Mas era feitaCom muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero.
ATIVIDADES DA POESIA A CASA, DE VINÍCIUS DE MORAES.
Ouça com atenção a leitura que sua professora irá fazer do poema A Casa, de Vinícius
de Moraes
.Você conhece a música desse poema?
Vamos cantá-la?
)Recorte de revistas gravuras de diversos tipos de moradias e cole-as em seu caderno
.Agora vamos conversar com a turma sobre os diversos tipos de moradias que foram encontrados
.Para refl.etir e discutir com a turma:
Vocês acham que todas as pessoas têm casas iguais?
Por que algumas pessoas não têm casa para morar?
O que os governantes podem fazer para que todos possam tersuas casas?
PROJETO:
CANTANDO E APRENDENDO NA ESCOLA
( Professoras: Vera e Letícia)
OBS: Ver projeto na íntegra no meu Blog!

UMA PEQUENA HOMENAGEM AOS MEUS AMIGOS!!!!


Fiéis são as feridas feitas pelo que ama, mas os beijos do que aborrece são enganosos.
Provérbios 27:5-6
Uma simples homenagem humorada a todas as pessoas amigas. Viva a AMIZADE!!!

AMIGO SINCERO é aquele seu amigão mesmo, o mais querido...
AMIGO OUVINTE sempre ouve você com atenção e pouco fala...
AMIGO 'BOCÃO ' está sempre falando, falando e falando...
AMIGO OCASIONAL esse você só vê naquelas ocasiões especiais: casamentos, aniversários, etc.
AMIGO ANUAL você o encontra uma vez por ano, e nota que o tempo não foi capaz de acabar com o sentimento de amizade...
AMIGO 'iMÃ 'carrega você para todos os passeios...
AMIGO TRANSVIADO parece sempre estar tentando te levar pro 'mau caminho'...
AMIGO IRMÃO muitas vezes você acha que ele é até melhor que seu próprio irmão...
AMIGO NEURÓTICO está sempre perguntando se você tem algum problema
AMIGO COLEGA é aquele dos ambientes de estudos, de trabalho...
AMIGO INTERNAUTA sabe dos seus sentimentos, compartilha seus pensamentos, mas não tem idéia de como você é
AMIGO PARCEIRO sempre pronto para o que der e vier
AMIGO AUSENTE na hora que você mais precisa dele... cadê?
AMIGO 'VIAGEM NA MAIONESE' embarca junto com você em seus sonhos mais mirabolantes
AMIGO BANQUEIRO sempre ajuda você na$ hora$ mai$ difícei$
AMIGO PÃO-DURO o 'antônimo' do banqueiro
AMIGO EXCLUSIVISTA não suporta imaginar que você tem outras amizades...
AMIGO AÉREO é aquele com quem você perde as esperanças de dividir coisas mais profundas...
AMIGO POPULAR você tem que entrar na lista de espera para falar com ele
AMIGO PROTETOR defende você em situações difíceis
AMIGO ESOTÉRICO acredita que existe 'uma razão' para tudo
AMIGO PESSIMIST Ahiiiii... não vai dar certo! Bem, pelo menos se você só considerar a opinião dele
AMIGO OTIMISTA esse tem a solução para tudo.

Atualizando o meu perfil!

Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje... Amanhã, já me reinventei. Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim. Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina... E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar... Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Sou boba, mas não sou burra. Ingênua, mas não santa. Sou pessoa de riso fácil...e choro também!"

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Assista o vídeo no YOU TUBE

http://www.youtube.com/watch?v=kggzv2Med0s

Aprendendo a colocar vídeos no You Tube

Saiba como pu>Veja 10 vídeos engraçados sobre tecnologia
O primeiro passo é entrar no site do YouTube e se cadastrar, caso você ainda não tenha feito isso. Não demora muito. Basta clicar em “sign up”, que fica na parte de cima da tela, à direita, e colocar seu nome, e-mail e mais algumas outras informações. Depois que o cadastro estiver pronto, clique em “my account” e um display de funções aparecerá. Ao lado esquerdo você verá um box nomeado de “vídeos”. Dentro dele estará um botão escrito “upload a new video”. Clique lá e você será direcionado a outra página no YouTube.Nesta nova página você terá que escolher um título para seu vídeo, fazer uma descrição e classificá-lo da maneira que desejar. O serviço ainda pede que você selecione algumas palavras-chave (no campo que estiver escrito tags) para relacionar seu vídeo a buscas de outros usuários do YouTube. Em seguida, ainda na mesma página, escolha o idioma de apresentação do seu vídeo. As opções são: inglês, espanhol, japonês, alemão, chinês e francês.Depois clique em “continue” na parte de baixo da página e você será direcionado para a segunda parte do processo de subir um vídeo.Na segunda parte você verá uma caixa e ao clicar em “browse” você busca o vídeo que precisa estar salvo em seu computador. Dentro deste box, há também a informação de que o vídeo deve possuir, no máximo, 100 megabytes e durar no máximo dez minutos. Certifique-se de que o vídeo que você esteja publicando não possua direitos autorais. A cada passo realizado, o site do YouTube avisa o usuário várias vezes para prestar atenção nesta questão. Abaixo do box você terá duas opções de publicação do seu vídeo: para todos acessarem (Public) ou para apenas seus contatos cadastrados no YouTube (Private). O site recomenda o “public”, mas se você não quiser que todos assistam, utilize o private e depois escolha quem poderá assistir. Com as informações corretas preenchidas, clique em “upload video”.A publicação pode demorar, dependendo do tamanho do vídeo. Mas você só terá a certeza de que ele foi publicado corretamente se receber a mensagem pelo site. Por isso, é necessário esperar.Depois que estiver publicado é só avisar os amigos para acessarem seu vídeo. É possível cadastrá-lo em seus favoritos e assistir e avaliar. blicar seus vídeos preferidos no popular site de vídeos YouTube.

Sites interessantes para os professores

http://criancas.http://criancas.uol.com.br/historias/
http://criancas.uol.com.br/historias/
http://criancas.uol.com.br/videos/

http://www.portalensinando.com.br/ensinando/_imagens/title.gif

PROJETO ; Cantando e Aprendendo Na Escola


Projeto: Cantando e aprendendo na escola

Modalidade

Nível de Ensino

Componente Curricular
Tema

Ensino Fundamental

I Ano

Literatura Infantil
Alfabetização
Sociabilidade
Música
Artes Plásticas

Nossa Casa, nossa escola!

Objetivos:

ü O aluno deverá ser capaz de reconhecer a escola como um espaço privilegiado de interação social, integrada a outros espaços de produção do conhecimento.
ü Construir pontes entre conhecimentos, valores, crenças, usos e costumes.
ü Desenvolver ações em prol da transformação individual e social.
ü Construir ações por meio da exploração digital.
ü Promover o conhecimento das letras do alfabeto e seus sons
ü Despertar o interesse pela leitura e escrita
ü Registrar pelo menos uma aula com fotos e pequenos vídeos das crianças realizando as atividades no laboratório de informática e publicar no blog do professor.

O que o aluno poderá aprender?
Com estas aulas, os alunos poderão conhecer mais o alfabeto, trabalhar em
grupo e juntos trocarão conhecimentos e buscarão solução para os desafios propostos pelo professor.

Duração das atividades
1 Semana -20 horas

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
O aluno de I primeiro ano é um aluno de seis anos ainda dependente do professor e começa conhecendo o ambiente escolar e também aprendendo a conviver e dividir mais com o outro.
Não tem uma base do que seja a escola e vem com sede de aprender...Passa a ser parte de um grupo.

Recursos necessários para a realização das aulas:

Ambiente escolar acolhedor ;Biblioteca ;Banheiro;Escovário ;Refeitório;Biblioteca com livros infantis
Laboratório de informática; Rádio, CD ROM- Turma da Mônica, TV, Câmera digital, internet;
Giz, quadro negro, Xerox, Papel pardo, cola tesoura, revistas, lápis de cor...

Estratégias e atividades a serem desenvolvidas:

1º dia -Passeio pela escola para conhecer o ambiente escolar e seus personagens.
Conversar e relacionar com a turma sua casa e as dependências de higiene pessoal, alimentação e estudos com as da escola.
Permanecer na biblioteca a fim de permitir exploração livre dos livros infantis existentes;
Confeccionar um mural didático onde os alunos ilustrarão diferentes ambientes de suas casas bem como os da escola.
Realizar higiene das mãos antes da refeição na escola e após, a higiene bucal diariamente;
Realizar uma produção textual coletiva, onde o professor escreve no quadro com letra de forma ,o relato dos alunos sobre o passeio na escola e o que mais gostaram;
Os alunos copiam a seu modo o texto construído.
Retomada do passeio na escola e atualização do mural didático, onde o aluno se situa no espaço desenhado diariamente;
Apresentação e audição da música de Vinícius de Moraes A CASA (inserir hiperlink) através de CD em seguida a letra da música em letra de forma .
As crianças cantarão junto com o rádio tentando a prender a letra e realizar suas leituras individuais.
2º dia A professora contará a história “A casa”, turma será levada ao laboratório de informática e em seguida verão o vídeo do curtas.. (. inserir hiperlink), com mímicas. Encenação das crianças sobre a música como no vídeo do Portas curtas...
Em seguida faremos um ensaio da música gesticulada em forma de teatro. Os alunos serão os personagens. Neste momento será feita uma pequena gravação da participação e envolvimento dos alunos nesta atividade.Outros setores da escola serão convidados a assistir tal encenação.
DIA A professora distribuirá folhas para a confecção de um mini livro sobre a casa do aluno, a escola e a casa da música de Vinícius de Moraes, onde a criatividade e imaginação poderão aflorar, este momento será registrado através de fotos ou vídeo para que eles possam se ver depois.
DIA Novamente no laboratório de informática será exposto o CD ROM da turma da Mônica onde o alfabeto é citado e ilustrado com no mínimo dez coisas que comecem com cada letra do alfabeto e com som a cada click da criança no computador.
Em seguida retomaremos a letra da música cantada e já digitada no computador e exploraremos as letras e palavras repetidas existentes na letra da música.Oralmente pegaremos palavras chaves da música como:CASA- TETO-PENICO-NÚMERO –ZERO-REDE-PAREDE- e ressaltaremos as rimas permitindo que os alunos tragam outras rimas naturalmente.
Reescrita da música. Observação das rimas, solicitação de palavras repetidas ou que rimem com as da música a fim de trabalhar o som.Os alunos serão solicitados a digitarem palavras que iniciem com algumas letras solicitadas pela professora.
Apresentaremos as fotos no último momento da aula para os alunos.

Avaliação
Observar e registrar a participação dos alunos durante a realização das atividades.

PROFESSORAS

Letícia do Prado
Vera Lucia Ribas Graeff

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Todos pOdem Aprender

Todos podem aprender
Nas escolas em que circulam diversos tipos de texto, como livros, jornais e revistas, os alunos lêem e escrevem mais rapidamente e se tornam capazes de buscar as informações de que necessitam
Aprenda a identificar os níveis de alfabetização dos seus alunos de acordo com as pesquisas da argentina Emília Ferreiro
Aos poucos, a escola brasileira percebe a necessidade de se aprimorar na tarefa de alfabetizar. Cada vez mais, as redes investem na capacitação docente e muitas adotam os ciclos - que aumentam o tempo para os pequenos aprenderem a ler e escrever. Nesse mesmo sentido vai a aprovação do Ensino Fundamental de nove anos, ocorrida em fevereiro último. A medida favorecerá uma parcela da população que, por não ter acesso à Educação Infantil, estaria fora da escola e longe de um ambiente alfabetizador. Ainda há muito o que aprimorar nessa área e a tarefa não é apenas dos professores das primeiras séries. "Estamos sempre nos alfabetizando, a cada novo tipo de texto com o qual entramos em contato durante a vida", afirma Telma Weisz, criadora do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), do Ministério da Educação . O sucesso ocorre nas escolas em que a leitura e a escrita são tratadas como conteúdo central e um meio de inserir o estudante na sociedade. "Um fator determinante para a alfabetização é a crença do professor de que o aluno pode aprender, independentemente de sua condição social", diz Antônio Augusto Gomes Batista, diretor do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Universidade Federal de Minas Gerais. Esse olhar do professor abre as portas do mundo da escrita para os que vêm de ambientes com pouco material escrito. Trabalho nesse sentido ocorre no município de Catas Altas (MG) - um dos três casos de sucesso baseados no construtivismo mostrados nesta reportagem. Mesmo recebendo crianças que não tiveram contato com o chamado mundo letrado antes da 1ª série, os professores conseguem alfabetizar ao final de um ano. O município de São José dos Campos (SP) apostou na Educação Infantil. Em meio a muita brincadeira, os professores lêem diariamente para os pequenos e criam situações de que a língua escrita faz parte. Já em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, duas especialistas de Língua Portuguesa e Ciências conseguiram tornar estudantes de 5a série com problemas de alfabetização aptos a acompanhar as aulas. Lendo, pesquisando e escrevendo, os adolescentes elaboraram panfletos informativos sobre prevenção à aids - um trabalho que fazia sentido para eles e que tinha uma função social. Essas experiências ajudam a esclarecer as principais dúvidas que surgem em sala de aula na hora de alfabetizar. Com base nelas e na opinião de especialistas, respondemos a nove questões que mostram ser possível formar leitores e escritores competentes em aulas de qualquer disciplina ou série. Meus alunos de 1ª série não têm contato com a escrita.
Por onde começo? O pouco acesso à cultura escrita se deve às condições sociais e econômicas em que vive grande parte da população. O aluno que vê diariamente os pais folheando revistas, assinando cheques, lendo correspondências e utilizando a internet tem muito mais facilidade de aprender a língua escrita do que outro cujos pais são analfabetos ou têm pouca escolaridade. Isso ocorre porque ao observar os adultos a criança percebe que a escrita é feita com letras e incorpora alguns comportamentos como folhear livros, pegar na caneta para brincar de escrever ou mesmo contar uma história ao virar as páginas de um gibi. Cabe à escola oferecer essas práticas sociais aos estudantes que não têm acesso a elas. O ponto de partida para democratizar o contato com a cultura escrita é tornar o ambiente alfabetizador: a sala deve ter livros, cartazes com listas, nomes e textos elaborados pelos alunos (ditados ao professor) nas paredes e recortes de jornais e revistas do interesse da garotada ao alcance de todos. Esses são alguns exemplos de como a classe pode se tornar um espaço provocador para que a criança encontre no sistema de escrita um desafio e uma diversão. Outra medida para democratizar esses conhecimentos em sala de aula é ler diariamente para a turma. "A criança lê pelos olhos do professor - porque ainda não pode fazer isso sozinha -, mas vai se familiarizando com a linguagem escrita", explica a educadora Patrícia Diaz, da equipe pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac), em São Paulo.

Quando posso pedir que as crianças escrevam?Elas devem escrever sempre, mesmo quando a escrita parece apenas rabiscos. Ao pegar o lápis e imitar os adultos, elas criam um "comportamento escritor". E, ao ter contato com textos e conhecer a estrutura deles, podem começar a elaborar os seus. No primeiro momento, as crianças ditam e você, professor, escreve num papel grande. Além de pensar na forma do texto, nessa hora os estudantes percebem, por exemplo, que escrevemos da esquerda para a direita. "Mostro que a escrita requer um tempo de reflexão antes de ser colocada no papel", afirma Cleonice Maria Rodrigues Magalhães, professora de 1a série da Escola Municipal Agnes Pereira Machado, em Catas Altas (MG). Ela participou do Programa Escola que Vale, que capacitou professores de 1ª a 4ª série do município durante dois anos e meio. Antes da escrita, as crianças devem definir quem será o leitor. Assim, quando você lê o texto coletivo, elas imaginam se ele compreenderá a mensagem. Nas primeiras produções haverá palavras repetidas, como "daí". Pelo contato diário com textos, os alunos já são capazes de revisar e corrigir erros. "Com o tempo, antes mesmo de ditar, eles evitam repetir palavras e pensam na melhor forma de contar a história", afirma Rosana Scarpel da Silva, professora do Infantil IV (6 anos), da Escola Municipal de Educação Infantil Maria Alice Pasquarelli, em São José dos Campos. Em paralelo, é importante convidar a garotada a escrever no papel. Isso dá pistas valiosas sobre seu desenvolvimento.
Entrevista
"A alfabetização nunca termina"Doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo, Telma Weisz criou o Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), lançado em 2001 pelo Ministério da Educação. Hoje coordena um programa semelhante, o Letra e Vida, na Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Nesta entrevista, ela destaca que a alfabetização é um processo contínuo e fala da responsabilidade da escola para combater o analfabetismo funcional. O que é ser alfabetizado? Vejo a aquisição do sistema de escrita - popularmente conhecida como alfabetização e que chamamos de alfabetização inicial - como parte de um processo. Mesmo os adultos nunca dominam todos os tipos de texto e estão sempre se alfabetizando. Ser alfabetizado é mais do que fazer junções de letras, como B com A, BA. Qual a diferença entre alfabetização e letramento? No passado, era considerado alfabetizado quem sabia fazer barulho com a boca diante de palavras escritas. Só então estudava-se Língua Portuguesa e gramática. Para quem acredita no letramento, a criança primeiro aprende o sistema da escrita e só depois faz uso social da língua. Assim como antes, isso dissocia a aquisição do sistema das práticas sociais de leitura e escrita. Para evitar essa divisão, passamos a usar o termo cultura escrita. Qual a importância do professor como leitor-modelo? A leitura é uma prática e para ensinar você precisa aprender com quem faz. Porém, este é um nó: como formar leitores se você não lê bem? E como ler bem se você saiu de uma escola que não forma leitores? A solução é de longo prazo e requer programas de educação continuada que tenham um trabalho sistemático nessa área. Nas reuniões do Profa, eram dados três textos ao formador. Ele escolhia um e lia para os professores, que recebiam os três. Ao fim do ano, eles haviam lido 150 textos de vários gêneros. Como os pais podem colaborar na alfabetização? Lendo todos os dias para as crianças. Quem passa a primeira infância ouvindo leituras interessantes se apropria da linguagem escrita. Assim, na hora em que lê e escreve de forma autônoma, já sabe o que e como produzir. Isso também possibilita à criança entender os textos que lê. Por que saem das escolas tantos analfabetos funcionais? Porque a escola só reconhece como alfabetização a aquisição do sistema. Em vez de investir na competência leitora, concentra-se no ensino de gramática. Por isso há analfabetos funcionais com muitos anos de escolaridade. Formar leitores e gente capaz de escrever é uma tarefa de coordenadores, gestores e professores de todas as séries e disciplinas. Eu diria que leitura e escrita são o conteúdo central da escola e têm a função de incorporar a criança à cultura do grupo em que ela vive. Isso significa dar ao filho do analfabeto oportunidades iguais às do filho do professor universitário. Como reverter esse quadro? Lendo, discutindo, trocando idéias, vendo o que cada um entendeu e pesquisando em fontes diversas. É preciso tornar o texto familiar, conhecer suas características e trazer para a sala práticas de leitura do mundo real. Se a função da escola é dar instrumentos para o indivíduo exercer sua cidadania, é preciso ensinar a ler jornal, literatura, textos científicos, de história, geografia, biologia. Consegue ler bem quem teve algum tipo de oportunidade fora da escola. Os que dependem só dela são os analfabetos funcionais. E a escola faz isso porque não compreende claramente a sua função.
Como faço todos avançarem se os níveis de conhecimento são muito diferentes? Não há nada melhor em uma turma que a heterogeneidade. Como os níveis de conhecimento são variados, existe aí uma grande riqueza para ser trabalhada em sala. Organizar os alunos em grupos e duplas durante as atividades é fundamental para que eles troquem conhecimentos. Mas essa mistura deve ser feita com critérios. É preciso agrupar crianças que estejam em fases de alfabetização próximas. Quando você coloca uma que usa muitas letras para escrever cada palavra trabalhando com outra que usa uma letra para cada sílaba, a discussão pode ser produtiva. Como elas não sabem quem está com a razão, ambas terão de ouvir o colega, pensar a respeito, reelaborar seu pensamento e argumentar. Assim, as duas aprendem. Isso não ocorre, no entanto, se os dois estiverem em níveis muito diferentes. Nesse caso, é provável que o mais adiantado perca a paciência e queira fazer o serviço pelo outro. Posso alfabetizar minha turma de Educação Infantil? Sim, desde que a aprendizagem não seja uma tortura. Participar de aulas que despertem a curiosidade e envolvam brincadeiras e desafios nunca será algo cansativo. Em turmas que têm acesso à cultura escrita, a alfabetização ocorre mais facilmente. Por observar os adultos, ouvir historinhas contadas pelos pais e brincar de ler e escrever, algumas crianças chegam à Educação Infantil em fases avançadas. Por isso, oferecer o acesso ao mundo escrito desde cedo é uma forma de amenizar as diferenças sociais e econômicas que abrem um abismo entre a qualidade da escolarização de crianças ricas e pobres. Dentro dessa concepção, a rede municipal de São José dos Campos implementou horas de trabalho coletivo para a formação continuada dos professores. Há um coordenador pedagógico por escola e uma equipe técnica responsável pelo acompanhamento dos coordenadores. As crianças de 3 a 6 anos atendidas pela rede aprendem, brincando, a usar socialmente a escrita. Em sala, os professores lêem diariamente, exploram o uso de listas e promovem brincadeiras. Os pequenos identificam com seu nome pastas e materiais, usam crachás, produzem textos coletivos que ficam expostos nas paredes e têm sempre à mão livros e brinquedos. "Nossas atividades incentivam a pensar sobre a escrita, tornando-a um objeto curioso a ser explorado. E tudo de forma dinâmica, porque a dispersão é rápida", conta Clarice Medeiros, professora do Infantil III (5 anos) da escola Maria Alice Pasquarelli. "No ano passado, quando recebi os alunos de 3 anos, eles já sabiam diversos poemas e conheciam Vinicius de Moraes. Também identificavam as diferenças entre alguns gêneros textuais", lembra Liliane Donata Pereira Rothenberger, professora do Infantil II (4 anos). De acordo com a orientadora pedagógica Helena Cristina Cruz Ruiz, o objetivo é desenvolver o comportamento leitor desde cedo para que os alunos se comuniquem bem, produzam conhecimentos e acessem informações. Faz sentido oferecer textos a estudantes não-alfabetizados? Canções, poesias e parlendas são úteis para se chegar à incrível mágica de fazer a criança ler sem saber ler. Quando ela decora uma cantiga, pode acompanhar com o dedinho as letras que formam as estrofes. Conhecendo o que está escrito, resta descobrir como isso foi feito. Se o aluno sabe que o título é Atirei o Pau no Gato, ele tenta ler e verificar o que está escrito com base no que sabe sobre as letras e as palavras - sempre acompanhado pelo professor. O leitor eficiente só inicia a leitura depois de observar o texto, sua forma, seu portador (revista, jornal, livro etc.) e as figuras que o acompanham e imaginar o tema. Pense que você nunca viu um jornal em alemão. Mesmo sem saber decifrar as palavras, é possível "ler". Se há uma foto de dois carros batidos, por exemplo, deduz-se que a reportagem é sobre um acidente. Ao mostrar vários gêneros, você permite à criança conhecer os aspectos de cada um e as pistas que trazem sobre o conteúdo. Assim, ela é capaz de antecipar o que virá no texto, contribuindo para a qualidade da leitura. Como seleciono e uso os textos em sala? Segundo Patrícia Diaz, do Cedac, é preciso ter critérios e objetivos bem estabelecidos ao escolher os textos. Por exemplo: se ao tentar diversificar os gêneros você ler um por dia, os alunos não perceberão as características de cada um. "O ideal é que a turma passeie por diversos gêneros ao longo do ano, mas que o professor trace um plano de trabalho para se aprofundar em um ou dois", afirma. Patrícia sugere a narração como base para o trabalho na alfabetização inicial, pois ela permite ao aluno aprender sobre a estrutura da linguagem e do encadeamento de idéias. A escolha dos textos deve ser feita de acordo com o repertório da turma. É preciso verificar se a maioria dos alunos passou ou não pela Educação Infantil, que experiência eles têm com a escrita e que gêneros conhecem. Durante a leitura de uma revista, por exemplo, é importante chamar a atenção para títulos, legendas e fotos. Assim, as crianças aprendem sobre a forma e o conteúdo. Se o texto é sobre plantas, percebem que nomes científicos aparecem em itálico. "Por isso é fundamental trabalhar com os originais ou fotocópias", ressalta Patrícia. Adaptar os textos também não é recomendável. As crianças devem ter contato com obras originais, uma vez que, ao longo da vida, serão elas que cruzarão o seu caminho. Se um texto é muito difícil para turmas de uma certa faixa etária, o melhor é procurar outro, sobre o mesmo assunto, de compreensão mais fácil. Ao fim da 1ª série, todos devem estar alfabetizados?Não necessariamente, apesar de ser recomendável. Se a criança foi exposta a textos e leituras variadas e teve oportunidade de refletir sobre a língua e produzir textos, é bem provável que ela termine essa série alfabetizada. Mas isso depende de outros fatores, como ter cursado a Educação Infantil e recebido apoio dos pais em casa. "Crianças que não têm esse contato com textos e que não convivem com leitores podem precisar de mais tempo para aprender o sistema de escrita. Mas minha experiência mostra que nenhuma criança leva mais de dois anos para isso", diz a educadora Telma Weisz, de São Paulo. Como na educação não existem fôrmas em que se encaixem as crianças, é papel da escola oferecer condições para que elas se desenvolvam, sempre respeitando o ritmo de cada uma. Quando se adota o sistema de ciclos, isso ocorre naturalmente, pois os alunos têm possibilidade de se aperfeiçoar no ano seguinte. Quando não há essa chance, eles correm o risco de engrossar os índices de reprovação. O aluno pode iniciar a 2ª série ainda tendo que melhorar a sua compreensão sobre o sistema de escrita, mas ao fim do segundo ano a escola teve tempo suficiente para ensinar a todos. Preciso ensinar o nome das letras?Sim. Como a criança poderá falar sobre o que está estudando sem saber o nome das letras? Ter esse conhecimento ajuda a turma a explicar qual letra deve iniciar uma palavra, por exemplo. Para ensinar isso, basta citar o nome das letras durante conversas corriqueiras. Se a criança está mostrando a que quer usar e não sabe o nome, basta que você a aponte e diga qual é. Trata-se de algo que se aprende naturalmente e de forma rápida, sem precisar de atividades de decoreba que cansam e desperdiçam o seu tempo e o do aluno. Como ajudo alunos de 5ª série que ainda não lêem nem escrevem bem?É angustiante para o professor especialista receber crianças com problemas de alfabetização. Por não conhecer o assunto, acredita que a escrita incorreta é indício de que elas não se alfabetizaram. Mas nem sempre essa avaliação é verdadeira. O mais comum é a criança já dominar a base alfabética, mas ter sérios problemas de ortografia e interpretação. Daí a impressão de que ela não sabe ler e escrever. Foi essa experiência por que passaram a professora de Língua Portuguesa Valéria de Araújo Pereira e a de Ciências Jaidê Canuto de Sousa, da Escola Estadual Maria Catharina Comino, em Taboão da Serra (SP). Em 2005, elas lecionavam para uma turma de 5ª série de recuperação de ciclos com muitos problemas de escrita, o que as motivou a procurar a Diretoria de Ensino para participar do programa Letra e Vida, oferecido pela rede paulista a professores de 1ª a 4ª série. "Fiquei surpresa com a insistência das duas. Como havia vagas, abrimos uma exceção e valeu a pena", diz Silvia Batista de Freitas, coordenadora-geral do programa na Diretoria de Ensino da cidade. O curso iniciou em março. No segundo semestre, a turma foi distribuída nas salas regulares. Com o objetivo de trabalhar a escrita, Valéria e Jaidê elaboraram um projeto sobre aids. Os alunos assistiram a vídeos, debateram e levantaram o que sabiam e o que gostariam de saber sobre o assunto. As leituras foram sistemáticas e diárias, com pesquisas em livros, revistas, enciclopédias, internet e panfletos informativos - gênero escolhido para ser o produto final do projeto. "Leitura e escrita não são apenas conteúdos de Língua Portuguesa. São práticas necessárias em todas as disciplinas e em todas as séries", diz Jaidê. "Por isso, temos a responsabilidade de conhecer o modo como os alunos aprendem e assim estimulá-los a ser leitores e escritores mais competentes", conclui Valéria.
Quer saber mais?
Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita, Av. Antônio Carlos, 6627, Campus Pampulha, FAE, sala 521, 31270-901, Belo Horizonte, MG, tel. (31) 3499-5333
Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac), R. Hermes Fontes, 164, 05418

A Importãncia do Alfabeto na ALFABETIZAÇÃO

Ferramenta indispensável nas salas de séries iniciais, o alfabeto ajuda as crianças a tirar dúvidas sobre a grafia das letras com autonomia

É ASSIM QUE SE FAZ , a turma consulta o alfabeto na parede para conferir a grafia correta das letras.
Pendurado na parede desde o primeiro dia de aula, ele ocupa uma posição central na classe - de preferência, acima do quadro, no campo de visão de todos os alunos. Material de apoio precioso para um ambiente alfabetizador na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, é a ele que os pequenos recorrem quando querem encontrar uma letra e saber como grafá-la. Se sabem que "gato" se escreve com G, mas esqueceram o jeitão dele, é só caminhar pela sequência de letras até encontrá-lo. Se na hora de escrever "mar" bater a dúvida de quantas perninhas tem o M, a resposta também está lá. O alfabeto da classe é um companheiro permanente para quem ensaia os primeiros passos no universo da escrita.
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Não espanta o consenso de que um alfabeto, organizado em cartazes ou painéis de tamanho razoável, deve estar presente em toda - sim, em toda - sala de alfabetização inicial. Afinal, ele é um precioso instrumento de consulta para as situações de escrita, uma das quatro situações didáticas mais importantes nesse processo (as outras três são a leitura pelo professor, a leitura pelo aluno e a produção oral com destino escrito, quando o professor atua como escriba). Se você leciona para pré-escola, 1º ou 2º ano, precisa dominar essas práticas. Uma excelente chance para conhecer esses e outros procedimentos essenciais para o letramento é a edição especial NOVA ESCOLA Alfabetização (leia o quadro "Um raio X da alfabetização"). Para que o alfabeto realmente ajude na compreensão do funcionamento da escrita, é preciso saber usá-lo. Isoladamente, ele não é nada além de uma lista de letras. Apenas mandar a garotada ler a sequência de A a Z não faz ninguém avançar na alfabetização. "Memorizar a ordem das letras é importante, mas esse saber deve ser acionado pelas crianças durante atividades de reflexão sobre a escrita", afirma Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. Responder aos dois principais problemas da alfabetização
SABER NECESSÁRIO Agendas telefônicas mostram a importância da ordem alfabética numa situação real. Uma oportunidade de fazer isso é trabalhar com a construção de agendas telefônicas (leia o projeto didático). Nessa tarefa, a utilidade da ordem das letras fica clara: ela serve para tornar a busca de nomes mais rápida e precisa. A proposta foi adotada pela professora Janine Caldeira Veiga, da EM Atenas, no Rio de Janeiro. No caso de Janine, a confecção das agendas fez parte de um projeto amplo, que teve o alfabeto como aliado em todas as etapas. "Ele ajudou a turma do 2º ano a conferir a grafia e a pronunciar o nome das letras ou como apoio à memória para saber qual a posição de uma delas na sequência", diz. De fato, o instrumento é útil durante todo o início da alfabetização, ajudando a responder aos dois principais problemas de quem está entrando no processo. O primeiro - o que, exatamente, a escrita representa? - mobiliza sobretudo as crianças na fase pré-silábica, em que elas ainda não entendem que a escrita é uma representação da fala. Nessa fase, enfatizar a diferença entre desenhar e escrever é fundamental. Você pode usar o alfabeto para apresentar as letras que compõem a escrita, colaborando para distingui-las dos números e de outros símbolos. O segundo desafio - como se organiza a escrita? - pode ser enfrentado quando alguma palavra apresentar falta de letras. Por exemplo, se um aluno escreve "AO" para representar "pato", provoque uma reflexão e questione: - Me indique no alfabeto com que letra começa "pato". - Está ali. É o P, de Paula. - Isso mesmo. Agora olhe o que você escreveu: "AO". Onde a gente pode colocar o P na sua escrita? Outra dúvida comum diz respeito à grafia das letras. A forma do G é uma das mais problemáticas. Para desenvolver a autonomia, incentive a criança a procurar a letra pela recitação do alfabeto. O alfabeto deve ter letras de imprensa, sem decorações
PASSOS SEGUINTES Alfabetos mais sofisticados, com letras de imprensa e cursivas, aprimoram a escrita.
Atenção, porém, antes de produzir o alfabeto da classe. Ainda são muito comuns os modelos que trazem as letras de A a Z decoradas, com figuras cuja inicial é a letra em questão. Assim, o B, por exemplo, vem adornado por uma asa de borboleta, com um contorno que se mistura ao da letra. Não é o ideal, pois a associação com desenhos confunde a criança. "Nessa fase inicial de aprendizado, ela imita a escrita e ainda não consegue determinar com clareza o que é central e o que é periférico, o que realmente faz parte da letra e o que é somente um enfeite. Por isso, qualquer elemento supérfluo acaba sendo reproduzido", argumenta Regina Scarpa, coordenadora pedagógica de NOVA ESCOLA. O melhor é que o alfabeto seja composto de letras de imprensa maiúsculas, de contornos mais limpos e claramente identificáveis quando reunidos em palavras. Depois que os pequenos já entenderam o que a escrita representa e como ela se organiza, aí, sim, você deve mostrar outros tipos de letra, como a de imprensa minúscula (o que vai ampliar a compreensão de livros, jornais, revistas e outros materiais impressos) e a cursiva maiúscula e minúscula (facilitando o contato com notas e bilhetes manuscritos e produções escolares). Novamente, essa etapa também pode se beneficiar da colaboração de um alfabeto pendurado na parede - dessa vez, um modelo um pouco mais sofisticado, com a letra maiúscula em destaque e os outros quatro tipos correspondentes logo abaixo.
Um raio X da alfabetização
-. Nós professores necessitamos constantemente de subsídios e informações novas para melhorarmos nossas práticas de sala de aula. . . Me identifiquei muito uma vez que, gosto de contar histórias para meus alunos pois vejo que essa prática melhora consideravelmente a integração, a participação, eles gostam desse momento e ficam curiosos por descubrir que nova aventura eles ouvirão,ou para onde iremos viajar...faço com que todos mergulhem no mundo da imaginação e depois conversamos sobre os sentimentos e emoções vividos por todos..

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Projeto GEEMPA De Alfabetização

Este espaço é destinado para registrar estudos e aprendizagens das assessorias do GEEMPA adquiridas durante o ano de 2008 como projeto de Alfabetização para crianças de 6 e 7 anos.
Lema: Todos Podem Aprender!

GEEMPA estudos

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Sou uma pessoa de dentro pra fora, minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina, e vice-versa. Me perco, me procuro, me acho... Sou boba, mas não sou burra, ingênua, mas não sou santa. Sou pessoa de riso fácil...e choro também! Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga, nem teu quase amor. Ou sou tudo ou não sou nada. Não suporto meio termos! Esta sou EU!